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Claudia Stella é Psicóloga com mais de 25 anos de experiência
em atendimento de adultos e adolescentes. Fez Mestrado e
Doutorado pela PUC-SP. É Pesquisadora e Professora em
cursos de Pós-graduação.

Sua área de interesse compreende a psicologia do
desenvolvimento humano e a psicanálise, áreas em
que apoia sua prática clínica. Atualmente, se dedica
aos estudos da Psicologia Transcultural, que compreende
aspectos da subjetividade humana e suas mudanças em
novos contextos culturais.

Após um estágio de pesquisa no exterior, além dos
serviços oferecidos, vem trabalhando com pesquisa e
atendimento clínico de expatriados e seus processos de
inserção em uma nova cultura.

Serviços

Atendimento clínico de adultos
em momentos de crise, depressão, ansiedade,
estresses, compulsão alimentar, entre outros;

Psicoterapia Breve;

Auxílio psicológico em processos de expatriação;

Atendimento em Inglês e Português;

Orientação Psicológica online.

Supervisão Institucional;

Supervisão Clínica;

Cursos Livres;

Grupo de Estudos.

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The book serves as an account of the lived experiences of thriving children,among their families, their schools and their communities. The contents give an invaluable insight into the psychology of early childhood while giving the reader an opportunity to understand the resilience of mobile early teenagers as well as independent older adults. The contributions in the book also provide an additional layer to our understanding of visual ethnography by covering such phenomena as agency and communitarianism, spirituality, and the place of humour in the context of challenges encountered across the lifespan. Through presenting quasi-ecological experimental approaches, this reference enhances the reader’s insight into the texture and nature of thriving in situ, in natural contexts.

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The book serves as an account of the lived experiences of thriving children,among their families, their schools and their communities. The contents give an invaluable insight into the psychology of early childhood while giving the reader an opportunity to understand the resilience of mobile early teenagers as well as independent older adults. The contributions in the book also provide an additional layer to our understanding of visual ethnography by covering such phenomena as agency and communitarianism, spirituality, and the place of humour in the context of challenges encountered across the lifespan. Through presenting quasi-ecological experimental approaches, this reference enhances the reader’s insight into the texture and nature of thriving in situ, in natural contexts.

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O livro se propõe a ajudar na formação do psicólogo comunitário no estudo, na pesquisa e na prática do atendimento institucional tanto nas disciplinas de graduação quanto na pós-graduação na área de psicologia. A obra apresenta alguns eixos teóricos que servem de base para a atuação do psicólogo comunitário e também experiências de pesquisas e intervenções em psicologia comunitária, que podem subsidiar a atuação crítica de tal profissional e fornecer uma visão ampla das possibilidade de atuação em várias comunidades.

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Temas Contemporâneos em Psicologia do Cotidiano
Com a perspectiva de um bom desempenho, seja qual for a profissão, torna-se necessário assegurar, através da iniciação cientifica, o despertar do profissional – pesquisador, tarefa essencial para o desenvolvimento da ciência e do próprio país.
As ações de docentes preocupados e comprometidos com tal formação tornam-se norteadoras para a capacitação dos alunos, no que se refere às bases científicas que se fazem presente nas orientações de trabalhos, nas aulas, nos estudos de grupo, nas discussões e reflexões temáticas desenvolvidas nos semestres letivos. Os discentes, inicialmente colaboradores e envolvidos na dinâmica acadêmica, tornam-se parceiros e co-responsáveis no cuidar de seu próprio desenvolvimento, possibilitando a produção em autoria múltipla tão valorizada neste interessante trabalho de: Temas Contemporâneos em Psicologia do Cotidiano. No percurso de formação do futuro profissional os orientadores – professores – pesquisadores informam, registram e comunicam, através deste livro, a possibilidade de abrir análises e discussões e expor a julgamentos por outros pares (professores, estudantes e público em geral) os resultados do trabalho intelectual atingido, para que seja avaliado o discurso científico quanto a aspectos gerais e específicos.

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Filhos de Mulheres Presas: Soluções e Impasses para Seus Desenvolvimentos
Os filhos de mulheres presas são como uma população esquecida, especialmente no Brasil: não se sabe quem são, quantos são, onde estão, como são tratados.
O objetivo deste trabalho é chamar a atenção para um problema social praticamente ignorado por profissionais da área e pela literatura acadêmica: as implicações da prisão materna na vida dos filhos. Apoiado na teoria da ecologia do desenvolvimento humano, de Urie Bronfenbrenner, este livro discute as implicações da prisão materna para o desenvolvimento de seus filhos e filhas.

Projetos

Brasileiros pelo mundo

Quando mudamos para um outro país temos a singular oportunidade de nos desenvolver, de nos reinventar, de nos modificar, de aprender. Crescer em vários aspectos: em uma nova cultura, em uma nova língua, pessoalmente, familiarmente, profissionalmente. Porém, muitas vezes nosso olhar se estabelece e se fixa no que perdemos e não no que estamos ganhando. Isso pode nos trazer grandes sofrimentos psíquicos e podemos deixar passar uma grande oportunidade de desenvolvimento. O projeto surgiu da experiência de trabalho psicológico com brasileiros expatriados.

Amparando Filhos

O “Programa Amparando Filhos Transformando Realidades com a Comunidade Solidária”, do Tribunal de Justiça de Goiás, tem como objetivo principal proteger e amparar integralmente filhos de mães presas. Claudia Stella teve o prazer de colaborar com suas produções científicas na área de pesquisa do desenvolvimento sobre filhos de mulheres presas.

Escola Uganda

Fruto de uma parceria com a ONG TORUWU, localizada no vilarejo de Kikajjo, em Uganda, leste africano. O projeto surgiu com a demanda da comunidade de reconstruir uma escola e se transformou na busca pelo significado da educação.

Depressão

Muitos autores têm conceituado a depressão como o mal do século. Não é para menos, tantas exigências do mundo moderno e tecnológico, com mínimas possibilidades de atingirmos o que nos é solicitado, leva a uma sensação de incompetência e fracasso, o que pode funcionar como uma bomba em nossa autoestima.

Outro aspecto que também pode ser levantado é a comparação, em um mundo onde somos comparados desde muito cedo, a princípio dentro da nossa família; sofremos este processo tantas vezes que ele se torna automático. A comparação é reflexo de uma sociedade de consumo, na qual produtos competem para melhor proporcionar prazer, pelo menos a ilusão do prazer, ao consumidor; a comparação assim torna-se parte de nossa subjetividade. Hoje não precisamos mais de ninguém dizendo: por que você não é igual ao seu irmão? Automaticamente, o que parece ser até natural, nos comparamos com nossos colegas de trabalho, nossos amigos e até mesmo com aquela celebridade que tem uma imagem ficcional.

O ser humano é tão rico e diverso, será que temos uma só maneira de sermos felizes? É claro que não, contudo, com nossa singularidade não respeitada e a solidão imposta pela vida moderna, tendemos a achar que somos os únicos a passar por uma determinada situação, terreno fértil para o desenvolvimento da depressão.

O senso comum costuma utilizar o termo para quando estamos “meio pra baixo”, contudo a depressão tem características específicas, desde sensações de tristeza e pensamentos negativos até dores repetitivas e enjôos. Esta doença pode ter várias formas, algumas de difícil diagnóstico, pois um único sintoma não caracteriza a doença, mas é necessário um conjunto deles para que o diagnóstico possa ser fechado. Dentre os sintomas podemos destacar:

  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
  • Sensação de desconforto no batimento cardíaco,
  • Constipação
  • Dores de cabeça
  • Dores musculares
  • Dificuldades digestivas.

Movimentos cíclicos de melhora e piora são comuns neste quadro, o que pode dar a falsa sensação de que o paciente está melhorando sozinho, contudo muitas pessoas sem um diagnóstico e o devido tratamento tendem a ter uma piora significativa do quadro com o passar do tempo.

O acompanhamento profissional específico e a possibilidade de reflexão e tomada de consciência sobre o papel singular deste paciente na sua história de vida e no seu grupo social pode ajudar ao combate da depressão, uma doença contextualizada social e historicamente, mas que possui uma dimensão devastadora para quem convive com ela diariamente.

Novo país, nova vida…e as crianças?

De repente temos aquela proposta de emprego em um país completamente diferente. Notícia excitante e ao mesmo tempo assustadora. Na decisão de partir de malas e cuias para outro país deve se levar em conta não só o aspecto financeiro, que na maioria das vezes é realmente importante, mas também a  oportunidade de crescimento  pessoal de toda a nossa família.

Como adultos sabemos o quanto podemos aprender com esta oportunidade, mas e nossos filhos como sentem este processo de mudança? Qual o impacto da expatriação no desenvolvimento de nossas crianças? Como protege-las e ajuda-las?

As crianças sentem o processo de expatriação de diferentes maneiras dependendo da faixa etária na qual vivenciam a mudança.

Nos primeiros 2 anos de vida o desenvolvimento da criança se baseia no estabelecimento de vínculos que são formados conforme a criança tem suas necessidades atendidas, de preferência por um cuidador primário, que na nossa sociedade é muitas vezes representada pela mãe. Assim, se a família conseguir preservar um ambiente adequado para a criança pequena, com sua rotina, ela pouco sentirá de processo.

Dos 2 aos 6 anos, idade do brincar, a criança ainda é muito dependente e fortemente identificada com seus pais. Elas não são capazes de expressar verbalmente suas emoções e sofrimentos. Mas pelo seu grau de entendimento e conhecimento, são mais suscetíveis ao que acontece especialmente com seus pais. Assim, os pais podem tentar ver o lado positivo do processo da mudança e aos pouco trazer para a vida cotidiana da criança.

Na idade escolar (seis aos 12 anos), embora os adultos significativos continuem sendo modelos, as crianças nesta faixa etária são bastante independentes de seus pais e se tornam mais sociáveis, especialmente no ambiente escolar. Com a expatriação neste período a criança pode estar mais suscetível a problemas escolares e a comportamentos agressivos, especialmente porque está elaborando o luto pelos amigos e familiares que deixou no Brasil. A tarefa dos pais aqui é ajudar as crianças a refazem um novo grupo de amigos e também estimular formas de manterem as velhas amizades até que as novas se consolidem. Este pode ser um dos benefícios das redes sociais.

A adolescência é uma fase de crises e confusão na maioria das sociedades ocidentais, a tarefa dos adolescentes mais velhos é alcançar uma identidade coesa e desenvolver relativa habilidade para se integrar no mundo do trabalho e nos relacionamentos adultos. É uma época de crises na qual tornar-se independente e auto suficiente é uma meta. O processo de expatriação pode ser benéfico se os adolescentes conseguirem entender o quanto podem se beneficiar com a vivencia de uma cultura diferente.

Mas seja qual for a idade de seus filhos, com amor, paciência, atenção e suporte podemos ajudar as crianças a tirarem um grande proveito desta situação, na qual se desenvolveram em todos os sentidos.

Do Brasil para as Arábias

Do Brasil para as Arábias
A adaptação brasileira em um país mulçumano

Ao desembarcar do avião em solo Árabe, trazemos em nossas malas além de objetos pessoais, uma bagagem de esperanças, sonhos e saudades.

Vir para os Emirados não é como ir para um outro país o qual estamos mais familiarizados com a cultura; seja pela proximidade geográfica, como com nossos vizinhos do Mercosul, ou com os países de língua inglesa, cuja cultura invade o Brasil por meio de seus filmes ou músicas.

Aqui o choque é grande e já começa no aeroporto quando vemos os funcionários com suas roupas típicas. Tudo é tão diferente que não sabemos se estamos sobre o efeito Jet Lag, cansados por uma viagem extenuante, ou inseridos dentro de um sonho.

Mas este é só o começo, ao andar pelas ruas das cidades nos deparamos por uma legião de paquistaneses, árabes, indianos, filipinos, chineses e outras nacionalidades tão diversas, que não sabemos como nos situar.

A língua também é um desafio, quando deixamos o Brasil nos dizem que o inglês é a língua franca nos Emirados Árabes Unidos. No problem! Então, quando chegamos aqui notamos que existem muitos idiomas: o inglês indiano, o inglês filipino, o inglês iraniano, o inglês árabe e por aí vai.

Outros desafios também se apresentam: a religião e seus costumes, o sistema de governo monárquico, a legislação diversa.  Peculiaridades como estas podem nos levar a um estado de perplexidade, admiração, o que pode ser chamado de choque cultural.

O choque cultural não diz respeito somente ao choque entre culturas, mas ao entrar em contato com uma cultura tão diferente nos chocamos com os nossos próprios valores e costumes. A princípio, tentamos ver e classificar as pessoas lendo a realidade social, na qual estamos agora inseridos, usando os mesmos óculos da cultura brasileira. Mas é claro que não funciona, ao usarmos estas lentes temos uma visão míope que só nos causa mais perplexidade.

Outras vezes nos identificamos na diversidade. Nos vemos tão iguais ao que é tão diferente, que nos espanta e nos assusta. Como uma brasileira pode ser igual a uma indiana ou a uma árabe?

A resposta parece simples mas o processo é complexo: nos identificamos pela essência humana e pelo encontro de humanidades. Somos humanos, amamos e sofremos indiferente de nossas culturas e apesar de nossas culturas.

O processo de adaptação em um país tão diferente não é fácil e temos que ter claro de que não existe imigração sem medo. Porém, se nos propusermos enxergar o presente, sem chorar ou se desesperar por aquilo e aqueles que deixamos no Brasil, e sem a ansiedade de um tempo futuro e que ainda não existe, que pode ou não nos levar de volta ao nosso país, teremos uma grande oportunidade: Crescimento!

Quando mudamos para um outro país temos a singular oportunidade de nos desenvolver, de nos reinventar, de nos modificar, de aprender. Crescer em vários aspectos: em uma nova cultura, em uma nova língua, pessoalmente, familiarmente, profissionalmente. Muitas vezes nosso olhar se estabelece e se fixa no que perdemos e não no que estamos ganhando. Isso pode nos trazer grandes sofrimentos psíquicos e podemos deixar passar uma grande oportunidade de desenvolvimento.

O processo de adaptação exige tempo, aos poucos vamos nos aprofundando na cultura do novo país, fazendo novos amigos, buscando referencias na comunidade brasileira e estabelecendo uma comunicação mais efetiva e gratificante com os nossos amigos e parentes que ficaram no Brasil. E, assim, aos poucos, vamos nos inserindo.

As motivações de vir para um país estrangeiro, tão diferente do Brasil, são muitas e diferentes para cada um de nós, mas com certeza todos nós estamos compartilhando uma oportunidade única de desenvolvimento e de crescimento.

Autora:
Claudia Stella, mestre e doutora pela PUC-SP, psicóloga clínica, especialista de desenvolvimento humano e psicologia transcultural.

Auto-Retrato

AUTO-RETRATO: A VISIBILIDADE DA IDENTIDADE EM TEMPOS DE SOLIDÃO

O auto-retrato sempre foi uma expressão do artista sobre si em uma imagem construída para o olhar alheio. O espelhamento da identidade em uma obra artística pode ajudar o artista a se conhecer e reconhecer pelo olhar do outro.

Contudo, hoje vivemos em uma sociedade do espetáculo na qual ver e ser visto ganha destaque. Nesta sociedade narcisista o que importa é o belo, o tempo presente, a ausência de dor e da morte, aspectos constantemente influenciados pela realidade ficcional da televisão e pela lógica capitalista da publicidade, que reconhece o sujeito não em sua ação política, mas no ato de seu consumo.

Os ídolos e líderes que antes eram pessoas com atuações públicas para desenvolvimento da comunidade, hoje foram substituídos pelos corpos formatados pela indústria do consumo. Assim, a loira siliconada e o rapaz sarado tornam-se ídolos, por um discurso que tende a ser tão raso quanto universal para que um maior número de pessoas possam se identificar com eles e pautar aspectos de suas identidades no modelo de um outro ficcional.

A lógica cartesiana (penso logo existo) tem sido aos poucos substituída pela lógica da visibilidade: eu sou por que o outro me vê. Com a influência desse sentimento primário, que se inicia quando o bebê se reconhece como filho por meio do olhar da mãe, uma pessoa que não tem olhares direcionados para si corre um grande risco de não ser ninguém.

A solidão permeia todo esse processo já que não podemos compartilhar a dor de não saber quem somos e de não conseguir atingir o modelo de felicidade ilusoriamente imposto. Assim, no estabelecimento de identidades nos identificamos com imagens corporais apresentadas pela mídia: sem sofrimentos, histórias e falhas.

Na atualidade o auto-retrato deixou de ser a expressão individual em busca da identidade e foi capturado de uma forma adversa pela sociedade, pois passou a ser uma luta desesperada de para se tornar visível. Com ajuda da tecnologia (blogs e páginas do Orkut) as pessoas se auto-retratam, não em sua totalidade, mas em aspectos distorcidos e “photoshopados” da realidade: a ilusão de um eu visível.

Artigo publicado da Revista da Imagem, 2008